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“Quando recebi a mensagem me avisando, cheguei a achar que era um golpe”
26 de outubro de 2024
A socióloga mineira Ana Cristina Braga Martes teve seu livro “Sobre o que não falamos” (Editora 34) incluído na relação dos dez finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura 2024, na categoria Melhor Romance do Ano de 2023. Mas, além do coração ter acelerado muito ao receber a mensagem informando a classificação, bateu por instantes uma dúvida. E se for um golpe? Ela conta que ficou esperando um pedido de pagamento para continuar na premiação, a exemplo de tantas fraudes virtuais às quais todos nós estamos sujeitos, nos dias atuais. Mas, era verdade e a ficha caiu.
“Depois veio uma sensação de plenitude, como se naquele momento eu não precisasse de mais nada”, revela Ana Cristina. Foi professora na Fundação Getúlio Vargas até 2019, de onde saiu para dedicar-se inteiramente à literatura. Nascida em Varginha, passou sua infância em São Carlos. Na sua área, tem doutorado pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado na Universidade de Londres (King’s College). Depois de organizar e publicar artigos e livros acadêmicos no Brasil e no exterior, teve sua estreia na ficção com “A origem da água” (2019. E atualmente é colunista da revista Pessoa e colaboradora do jornal Rascunho e da revista Quatro Cinco Um.
“Se a arte exige entrega às cegas – ainda que possa levar à frustração –, ser finalista do PSPL é ter esta entrega reconhecida e poder chegar a mais pessoas”, antecipa ela prevendo grande impacto deste fato na sua carreira. “Nossa literatura é profícua. Por meio da linguagem, ela sinalizou mudanças e necessidades, construiu memórias e significados. Contribuir vai muito além do tema: é fazer a literatura presente por ela mesma. Ela não é um meio, mas um fim”, conclui Ana Cristina.